Que fazes do tempo que não conduzes?
O que fazer do tempo que não te conduz?
O que fazer?
Que fazes
Das fases
Das faces
Das passagens
E paisagens
Da vida?
Tua vida é um relógio-plástico.
Um relógio-de-borracha-derretida de ponteiros tortos e imprecisos
De Dalí.
Dois pontos: POESIA
Por José Magno
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
Culpa
O dedo em riste
Na minha cara
Me condenava
Pelos pecados
Que cometi
O dedo em riste
Na minha cara
Me apontava
Todas as falhas
Que tive aqui
O dedo em riste
Na minha cara
Que me culpava
Pelas ciladas
Em que caí
O dedo em riste
Já não existe
Pois tu partiste
E eu renasci.
Na minha cara
Me condenava
Pelos pecados
Que cometi
O dedo em riste
Na minha cara
Me apontava
Todas as falhas
Que tive aqui
O dedo em riste
Na minha cara
Que me culpava
Pelas ciladas
Em que caí
O dedo em riste
Já não existe
Pois tu partiste
E eu renasci.
Confissão
Minha vida não comporta tua ausência
Em descompasso, trôpego, caminho
Como um doido a blasfemar com eloquência
Descontrolado, bêbado, sozinho.
Minhas mãos, que não suportam o vazio
Nem a leveza, límpida, do vento,
Sem as tuas entre as minhas é baldio
Qualquer esforço, máximo, que tento.
Meu coração não pulsa sem teu sangue
E meus olhos se apagam com frequência
E me dissolvo, mínimo, exangue.
Minha vida não comporta tua ausência.
Em descompasso, trôpego, caminho
Como um doido a blasfemar com eloquência
Descontrolado, bêbado, sozinho.
Minhas mãos, que não suportam o vazio
Nem a leveza, límpida, do vento,
Sem as tuas entre as minhas é baldio
Qualquer esforço, máximo, que tento.
Meu coração não pulsa sem teu sangue
E meus olhos se apagam com frequência
E me dissolvo, mínimo, exangue.
Minha vida não comporta tua ausência.
Plenitude
Um poema circular
Sem início, meio e fim
Um poema a circular
Infinito envolto em mim
Um poema-circo: lar
Da alegria e do festim.
Sem início, meio e fim
Um poema a circular
Infinito envolto em mim
Um poema-circo: lar
Da alegria e do festim.
Canção da complacência
Há um mártir bêbado na esquina
E mais um herói caído ao chão
Uma prostituta na sarjeta
E um homem-de-bem em cada vão
Há mais de um mendigo pela rua
E um bom pastor sempre a pregar
Tem uma donzela em cada alcova
E uma mãe-amada em cada lar
Um bandido solto na cidade
E um injustiçado na prisão
Uma nuvem branca lá no céu
(Poça refletida aqui no chão)
Lama, pura lama é esta vida
Onde nem o espelho é fiel:
Mostra-nos a imagem invertida
Destra por sinistra - vida ao léu.
E mais um herói caído ao chão
Uma prostituta na sarjeta
E um homem-de-bem em cada vão
Há mais de um mendigo pela rua
E um bom pastor sempre a pregar
Tem uma donzela em cada alcova
E uma mãe-amada em cada lar
Um bandido solto na cidade
E um injustiçado na prisão
Uma nuvem branca lá no céu
(Poça refletida aqui no chão)
Lama, pura lama é esta vida
Onde nem o espelho é fiel:
Mostra-nos a imagem invertida
Destra por sinistra - vida ao léu.
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
"Lunaris"
Em parceria com Silvia Schmidt
Noite de lua cheia, cheia, cheia...
Tomei-te a mão e fomos pelo bosque.
Depois, sentado à beira de um quiosque,
Beijei-te a boca e murmuraste, alheia:
"Teu beijo é um sonho (um sonho que me enleia).
Que em teu abraço eu durma e que me enrosque!
Que não me engane o sonho e não me embosque
Qualquer suspeita - qual veneno em veia!"
E adormeceste no meu colo. A lua
Varreu a noite em busca da alvorada,
E ao despertares me contaste, amada:
"Sonhei-me, amado, plenamente tua,
E por teus beijos, ora confortada,
Sou tua princesa, amor...a despertada!"
Quinze anos
Para minhas filhas Marina e Juliana
Nas cores curvas de um arco-íris
Teus olhos pousam, serenamente.
Do azul do céu, do azul, contente
Retiras sonhos. Ao te sentires
No doce enlevo dos quinze anos
Como uma deusa sem embaraço
Galgando nuvens, ganhando espaço,
A fronte erguida, peitos ufanos,
Procura, filha, fiar nos sonhos
Pois que são deles que é feita a vida,
E essa busca é o viver.
Aproveitar os anos risonhos
Da juventude, minha querida:
Sonhar... criar... sempre renascer.
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