segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Despertar em Guernica

Guernica, Pablo, me despertou
Aos treze anos o horror da lida
Da guerra inútil. O clamor da vida,
Pasmada face me revelou:

No colo mater, o filho morto,
Antipresépio da estupidez
A luz estéril, o mar, sem porto,
De violência e insensatez

A boquiaberta cara do incréu
O rijo braço elevado ao céu
A bomba alada que estourou

Minha cabeça de adolescente
E os sonhos puros de um inocente.
Guernica, Pablo, me deflorou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário