Guernica, Pablo, me despertou
Aos treze anos o horror da lida
Da guerra inútil. O clamor da vida,
Pasmada face me revelou:
No colo mater, o filho morto,
Antipresépio da estupidez
A luz estéril, o mar, sem porto,
De violência e insensatez
A boquiaberta cara do incréu
O rijo braço elevado ao céu
A bomba alada que estourou
Minha cabeça de adolescente
E os sonhos puros de um inocente.
Guernica, Pablo, me deflorou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário