sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Nossa desgraça


Para Álvares de Azevedo


Deu meia noite. O poeta está imerso
Num mar de ideias, procurando estratagema
Que lhe permita construir o último verso
Finalizando, pondo um ponto no poema.

A noite avança e madrugada vai adentro
E nada surge, uma ideia, um sentimento
Que dê a ele algum socorro bem no centro
Da tormentosa busca - é muito sofrimento!

E ele para, pensa e busca nos antigos
Poetas e também nos novos, seus amigos
(Ao que parece fazem poemas de cor)

Até concluir: não ter poema é bem pior
Do que um pintor sem tinta em sua aquarela
Ou que um vate sem vintém para uma vela.

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