Raiando o dia. A madrugada sangra.
De rubras raias o céu, lento, veste
Um horizonte. Visto desta angra
Há pouco um breu que não deixava leste
Tudo encobria. Até a alva areia
Se confundia ao mar na escuridão
Formando um muro alto, sem ameia,
Na negritude dominante então.
Mas eis que o Sol, aos poucos, se apruma:
Primeiro rubro, sem a luz dourada
Que irá fazer a areia e a branca espuma
Aparecerem como que do nada.
Mas, por enquanto, não há luz nenhuma.
Apenas raia, sangra a madrugada.
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